Não sei como mas consigo distinguir uns passos no meio da música que parece não querer parar de subir. Uns passos que me soam estranhamente familiares. Fica tudo escuro. Sinto umas mãos a taparem-me os olhos. As tuas mãos. Agarro-as e viro-me para ti. Sorris. Cumprimentamo-nos e falamos um pouco. Afasto-me usando uma desculpa qualquer e vou repetindo isto durante toda a noite. Custa-me, admito, mas tento não me aproximar, não deixar que te aproximes. Devemos manter sempre uma distância, foi assim que foi decidido, é assim que impedimos que um de nós magoe o outro. No entanto, nem sempre consigo, nem sempre encontro forças. Apesar de estar errado há qualquer coisa que me puxa para perto de ti e, por isso, as nossas mãos acabam por se tocar e agarrar sem darmos conta, os teus beijos tímidos chegam a alcançar a minha face e a distância, ainda que existente, nunca é suficiente. Passamos a noite toda neste vai e vem, a fugir e a esconder, a procurar e a encontrar, a querer e a não poder. Encosto-me a uma parede e paro um pouco, cansada, a pensar em ti e em mim e em nós. Surges mais uma vez sem eu dar conta, dizes-me que tens de ir embora. Oh, não, não quero que vás. E, por momentos, esqueço-me que não devemos, que não podemos, que não está certo. A minha mão agarra a tua e puxo-te, sem pensar, para o meio da multidão que ri e dança e não se preocupa. Dançamos. De repente a música abranda e tu envolves-me a cintura com os braços, olhando-me com o sorriso mais terno que alguma vez vi. Volto de novo para a realidade: não podemos, não devemos e está errado. Afasto-me de ti bruscamente e viro-me para me afastar de ti, para criar de novo a tal distância, a que devia existir sempre entre nós. Mas tu agarras-me o braço e puxas-me de novo para junto de ti. Beijas-me, beijas-me como nunca o tinhas feito. 'Miúda?' E, de repente, vejo-me a dançar abraçada a ti, os teus braços a soltar-me, nós ainda a dançar, eu a agarrar-te a mão e a puxar-te de volta para a parede. Tudo isto em segundos, invertido e a uma velocidade impossível. 'Miúda?, e sim, és tu que me chamas, de volta para o Mundo. E vais mesmo embora, e despedes-te, e acabou.
Go for it ! Nao tenhas medo de ser feliz , acredita no amor .
ResponderEliminarLindoo ! Gostíí miuda <3
Que texto mesmo bonito Inês :)
ResponderEliminarAdorei.
Beijinho
texto mto fixe mana!
ResponderEliminaracredite no amor disse o pepi
e eu confirmo !
bjao mana
Como sempre, um texto muito bonito.
ResponderEliminarComo sempre, estou estampada nele.
Beijinho enorme, Inês *