the funeral,

Eras como uma droga, uma toxina que me consumia a pouco e pouco. E eu sabia-o, sentia-o. Doía. Mas eu fazia de conta que estava tudo bem. Durante quatro curtos anos foste a razão para os meus sorrisos e também para as minhas lágrimas. Foste o herói dos meus sonhos e o vilão dos meus pesadelos. Foste. Já não és. O oxímoro perfeito, um completo paradoxo. Dizes que não és capaz de me perdoar por algo que nem sei o que é. Se não mo dizes é porque eu também não o deveria querer saber. Merecia mais de ti. Preocupo-me demais contigo. Tudo sempre foi demasiado. Mas demasiado sempre me pareceu certo. Dás-me cabo do juízo, da sanidade, entendes? Estragas tudo e ainda me consegues convencer de que fui eu que errei. O meu mal é gostar tanto de ti, diabo. Dizes que me queres fora da tua vida e eu ainda te pergunto se tens como saber onde foste colocado, porque senão eu posso fazer-te o jeitinho. Chega, chega, chega. E que raio vou fazer com uma pasta que tem cento e sessenta e uma músicas que me pediste ao longo do verão? E a um pacote d'a vida é bela que ias gastar comigo? E a todas as fotos em que me abraças? E às memórias, às recordações? Diz-me o que devo fazer com as promessas que nunca irás cumprir. Foste tu quem deu o primeiro passo para longe de nós. Só não conseguiste suportar que não corresse atrás de ti. Parece que o para sempre que me juraste não durou assim tanto.

Acabou-se Inês, eu não te quero falar mais.
(Inês pateta. E o pior vão ser as saudades.)

27 comentários:

  1. eu podia ter escrito isto tudo, tudo ...

    adorei,

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  2. Só trocava os pronomes, os sujeitos e encaixava na perfeição...muito bom apensar do teor...

    Muito obrigado :)

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  3. eu sinto isto tudo! Por incrível que possa parecer aconteceu-me "o mesmo" há bem pouco tempo! força pq pura simplesmente é difícil e duro deixar quem um dia nos foi mais que a própria vida, força!

    beijinho*

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  4. Nem sabes o quanto me encontrei nas tuas palavras, Inês. Está fantástico, apesar de triste.
    Beijinho

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  5. realmente, ha uma linha muito ténue entre o amor e o ódio e isso não é necessariamente um amor mau. Eu já tive um amor assim, quatro anos depois sucumbimos.. mas ficou-se por ai. Boa sorte com o teu amor/ódio, ainda vai correr muita tinta dessa história, acredita *

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  6. Espero mesmo que esse texto nao seja inspirado na tua realidade...Porque parece que estas a arranjar uma proteçao qualquer... que pensas que te impede de ser afectada pelo "passado", que dizes que ja não é presente. Mas a mim parece.me ainda um passado ainda presente mas mascarado...
    lool (eu sei, é confuso :P)

    Ines? Nem com uma felicidade, que ainda nao sei o nome dele :P(tu sabes a que eu me refiro) mudas de uma escrita triste para feliz? lool Adoro a tua escrita... tu sabes... e adoro a ti grande amiga ;)

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  7. Ao deixares partir alguém é impossível não [te] partires também. Por muito curta que seja a estadia, uma partida de alguém que amamos dói sempre. Porque não são pessoas quaisquer. São pedacinhos da nossa alma.
    A alma tem destas coisas, por ser etérea divide-se em mil pedacinhos e neles encontra a unidade.
    Sabes, eu acredito que nada se perde. É diferente perder alguém de deixar partir essa pessoa. Porque o que é essencial não se perde, transforma-se, ganha asas e voa.
    E ao deixarmos alguém partir - dando-lhe a liberdade plena de ir - ficamos com [n]a esperança de um regresso, que pode ou não acontecer. Contudo, se houver um regresso é porque o passado valeu a pena e a história não chegou ao fim.
    Por isso é que o meu coração aprendeu que é possível deixar partir alguém, não [se] partindo [de] todo. Porque há sempre uma luz que resiste. Uma réstia. Uma esperança de um retorno.

    Eu disse um dia "antes desatar a nossa fita de seda do que deixa-la partir. Porque só aquilo que desatamos poderemos voltar a unir". ;)

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  8. Adorei a maneira como escreveste esse texto , está fantastico , mostra aí como te estavas a sentir e o quanto magoada saíste .
    Sê forte :)
    Gostei , beijo*

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  9. Mas agora acabou, Nê. Acabou e vais ter alguém que te vai... amar à grande e à francesa! (olha, até podia ser um francês...)

    Ainda não. Eu ainda não fui pôr-lhe na caixa de correio. x3
    (estou constantemente a adiar as coisas, como sempre)

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  10. Coimbra? É uma boa faculdade, sem dúvida. E uma coisa te garanto: vais adorar.
    Coimbra é uma das cidades com mais espírito académico que há no nosso país. E é uma cidade lindíssima (não sei se conheces).
    Vais pra que curso, já agora?

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  11. Ah! vais ter boas doutoras. Conheço algumas lá =P

    ahah
    Bem, só me resta desejar-te muito boa sorte. E, tal como me disseram a mim, repito... Aproveita bem este ano de caloira. Não há outro que possas aproveitar tanto. Saboreia cada minuto, o tempo passa a correr (e olha que infelizmente sei do que falo!). Diverte-te ao máximo. E sobretudo, sê feliz.
    Coimbra tem mesmo muito encanto ;)

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  12. Ainda bem que pude ajudar. É essa a minha função (ou futura função, vá xD) =)
    Se precisares de algo por lá, não exites em pedir. Naquilo que puder, não me importo de ajudar ;)

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  13. Ola' :)
    como eu te entendo :x
    4 anos para eles parece q sao 4 semanas! enfim...
    (só este texto bastou para eu te seguir xD)

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  14. Inês, Inês !
    Já li este texto há tanto tempo e jurava que tinha dado a minha opinião, que raio.
    Então, que estás a achar de Coimbra?

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  15. Muito bom.
    Vista http://www.catarinaleandro21.blogspot.com

    Catarina Leandro

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  16. Simplesmente adorei como escreveste este texto. Sei o que é sentir essa tua dor, sei o que custa apagar 4 anos num dia.

    Beijinhos.

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  17. Ao ler este texto fez-me lembrar pequenas partículas da minha vida. :)

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  18. gostei muito, está tão lindo !
    tens de ter força querida :)

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  19. a tua escrita é mil vezes melhor que a minha. és impressionante :$
    já agora gostei bastante do que disseste "aqueçe-me a alma" que querida *.*

    alguém que gostavas muito "partiu" ? :$

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  20. gostei imenso! Escreves super bem (:
    Vou-te seguir *

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