girassóis,

Tenho um coração com buraquinhos...

Parece que ainda ouço a melodia desta música, a doce voz daquela pequena criança que a entoava em coro com uma mulher vestida de vermelho num campo. O céu daquele azul mágico que só se encontra em contos-de-fadas ou em paisagens de revistas de viagens ditas fantásticas. Um sol único, que apesar de não passar de uma simples imagem, parece aquecer-nos por fora. E por dentro. O sol, o céu, a criança, e a mulher de vermelho num campo. Um campo de girassóis. Engraçado, deve ser por isso que agora estas flores me fascinam tanto. Devo ter tirado um qualquer tipo de fotografia que ficou guardado na minha memória, uma fotografia em que aparecem esta mulher e esta criança e este cenário que me faz sempre sorrir, nem sei bem porquê.

Se o teu coração tem buraquinhos...

E se tiver? Quer dizer, e se tiver não, tenho. Tenho o coração com buraquinhos e não me sei curar. Droga, que mundo este. Sinto-me uma criança, sinto que já vivi tanta coisa e mesmo assim não sei nada. Nada. Estou sempre a cometer os mesmos erros, a magoar-me, a magoá-lo. Ciclo vicioso, estou tão farta deste ciclo vicioso. E se eu também for uma chiquitita, uma criança? Então se eu me fizer bem pequenina e cantar sem desafinar muito pode ser que também tenha direito a uma mulher vestida de vermelho, a um sol que aquece por fora e por dentro, a um céu igual ao dos contos-de-fadas. Já que também eu tenho um coração com buraquinhos, será que também posso ter um cenário perfeito e uma mulher de vestido vermelho para me ajudar a tapá-los? E um campo inteiro de girassóis, sim, por favor, um campo cheio de girassóis só para mim.

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