prometo que depois me calo,

Tenho saudades de deitar a cabeça no teu peito enquanto me dizias que o mundo até era um lugar mais ou menos, e que o dia era mais bonito só por estarmos juntos, e que um dia viriam os putos e encenavas as conversas que terias com eles. Tenho saudades do beijinho que me davas antes de ir dormir, e de quando me levavas a casa, e de quando estava frio e me punha debaixo da tua capa. Tenho saudades de falar contigo pela noite dentro, e do elevador que me assustava, e das promessas que me fazias. Tenho saudades de quando cantavas para mim, e de ver filmes abraçada a ti e de ter medo de não me quereres. Tenho saudades de chegar ao café e passar a mão pelo teu cabelo, e de quando me seguravas o rosto olhando-me nos olhos, e de quando me pedias em casamento. Tenho saudades de ouvir ‘próxima estação Oliveira do Bairro’, e de quando metias conversa simplesmente para falar do tempo e de aparecer com uma camisola igual à tua. Tenho saudades dos domingos à noite, e das gargalhadas inusitadas, e de quando me dizias coisas bonitas. Tenho saudades de sorrir só porque sim, e de me abraçar a ti com força e de me dizeres ‘Inês?’, ao que eu respondia ‘Sim’, ‘Acho que sou o homem da tua vida. E acho que és a mulher da minha’. Tenho saudades. Sim, tuas.




(há coisas tão mais importantes do que um amor pequenino, vou pensar nelas durante um bocado, até já)