um nada,

Encostada a uma parede dou por mim a fitar o horizonte. Na minha cabeça cálculos são feitos freneticamente, a dúvida sobrevoando-os, ansiosa. A velocidade e a altura e o choque e o tempo. A dor.
Abano a cabeça como se isso afastasse estes pensamentos. Já não percebo nada, já não me percebo. Nunca fui assim. Sei que algo mudou apenas desconheço o quê e o seu porquê. Ocorrem-me coisas que sempre me assustaram. Tentativas desesperadas. Pedidos de liberdade. Gritos silenciados. Esperanças vazias. Vida que mal começou, que ainda não teve oportunidade de começar. Tantos sonhos, tantas maravilhas estão no futuro. Pessoas que sairão e entrarão de rompante, sem bater à porta, sem sequer avisar. E bem lá no fundo uma certeza. A de não querer, a de não querer estar aqui para presenciá-las, para vivê-las. A morte, algo tão desconhecido. E agora, pela primeira vez, algo tão tentador.

4 comentários:

  1. Morte , tentador ?

    Credo miuda !

    Mesmo assim , ta giro , Gostei muito , tens bue jeito

    Bejo !

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  2. ta mto fixe
    mas morte?
    hmmm,aiai
    curti bue o texto
    bjao!

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  3. .morrer, talvez, mas não quando se tem amigos como tu. [gmdt]

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  4. .p.s. gostei do contraste entre o texto anterior ("tudo ,") e este "um nada ,".

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