Por vezes eu assim, olhando o Mundo sem o reconhecer. Por vezes eu assim, olhando o espelho sem saber quem me devolve o olhar. Por vezes não entendo quem sou, onde estou, o que faço aqui. Fecho os olhos por um momento mas nada muda. Começo então a caminhar, os meus pés levando-me a pouco e pouco, sem eu sequer me dar conta, para o mesmo sítio de sempre. O sítio que eu visito uma e outra vez. Uma janela e uma parede é tudo o que se vê. A chuva caindo fortemente do outro lado desta solidão. Sento-me no chão, embrulhando as pernas com os braços, fechando os olhos e tentando tornar-me pequenina, tão pequena que possa, por fim, desaparecer. Ouço passos. Não olho sequer. Uma voz. Uma mão procurando a minha, uma mão agarrando a minha. Eu ainda a tentar desaparecer. A voz "Porquê?". Levanto finalmente a cabeça sabendo já quem me olha insistentemente. "Porquê?". E eu calada, a ver o "Porquê?" desenhado no teu rosto, no teu olhar, nos teus lábios, na tua mão que agarra a minha. Eu sem saber o que responder, eu ainda a tentar desaparecer. E tu "Porquê?". Eu a pedir-te que me deixes, eu a pedir-te que vás embora. Tu sem te mexeres, a tua mão ainda a segurar a minha, tu ainda "Porquê?". Desconheço a resposta a essa pergunta mas tu não desistes. Tento dizer algo que te sossegue. As palavras não saem. Tu ainda, "Porquê?". Porque às vezes eu estou assim, escondida, a tentar desaparecer e tu ao meu lado, e tu "Porquê?".
Miuda , cada vez me surpreendes cada vez mais !
ResponderEliminarPoxa , és uma fixe ! Continua assim
BEijinho
mana, ta espetacular
ResponderEliminare mto sentido
gostei muito mesmo
bjaoo do mano!
Acho que nunca vais obter resposta para os porquês da Vida.
ResponderEliminarGrande Texto. :)
.ainda na idade dos porquês? no gozo [gmdt]
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