esqueceste-te,

Conhecemo-nos ainda éramos pequeninos, tu gostavas de mim , eu nem reparava. Sinceramente, desse tempo, poucas foram as recordações que ficaram, pelo menos, relacionadas contigo. Parece que todos os detalhes foram envolvidos por um terrível nevoeiro. E o que ficou? Quase nada, quase. E este quase deve-se simplesmente à memória que guardo de um dos teus aniversários, no qual te ofereci (e nem sei como me lembro disto) uns carrinhos. Sim, coisa de crianças. Adiante, o motivo para eu estar para aqui toda melancólica e a vasculhar nos meus tempos de infância é simples. Ontem, enquanto falávamos ao telefone, disseste-me ‘quando a minha mãe soube, de nós, na altura em que namorámos, fartou-se de rir’, ‘ah, mas porquê?’ , ‘oh, porque ela conhecia-te de quando éramos pequeninos. É que eu era muito distraído, não te recordas?’, ‘e ainda és’, ‘não sou nada, continuando, eu todos os dias deixava coisas na sala, e tu é que vinhas sempre atrás de mim, a gritar e a correr, porque eu me tinha esquecido de qualquer coisa’.
Agora que penso nisso até é engraçado. É engraçado que, anos e anos depois disto, eu ainda esteja atrás de ti, já sem gritar, já sem correr, já sem o sorriso ingénuo e feliz característico das crianças. No entanto ainda atrás de ti, só que quieta, de feição séria, e dizendo baixinho, para que não me possas ouvir, ‘Voltaste a esquecer-te de qualquer coisa. Esqueceste-te de mim.‘.

3 comentários:

  1. 2:30 ao telefone , caraças , as orelhas deviam tar a arder ,

    B-E-A-UTIFULL


    Gostíí ! <3

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  2. carrinhos xD
    ta tao lindo esse
    bjoes!!

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  3. É cada texto mais bonito Inês (:

    Beijinho.

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